Disputada em Lyon, na França, a 20ª edição do Bocuse D’Or contou com a chef Giovanna Grossi (Animus/A Casa da Esquina – SP) como única brasileira na posição de jurada de cozinha e membro do Comitê Organizador Internacional. Ao lado de outros grandes nomes da gastronomia, Grossi ficou responsável por pontuar critérios relacionados à técnica, complexidade, usos do alimento, método e profissionalismo dos 24 candidatos participantes. Ela foi a primeira mulher a representar o Brasil na final do Bocuse d’Or, em 2017, com apenas 23 anos. Também foi a responsável pela equipe brasileira que participou do concurso em 2019.
Sente alguma diferença em ser a única brasileira? Me sinto muito honrada em poder fazer parte da família Bocuse d’Or e continuar o legado do grande mestre da gastronomia. Ser a única brasileira nesta posição faz crescer uma inquietação interna, um desejo de que o nosso país abra espaço e interaja cada vez mais com este que é o maior concurso de gastronomia do mundo.
Você também já comandou uma equipe na competição. É mais fácil participar ou julgar? Difícil pergunta! Para julgar precisamos ser muito imparciais e, querendo ou não, você acaba tendo mais intimidade com algumas equipes que já conhece. A vontade de ajudar e mostrar o erro ali na hora é grande, mas não dá para se render, rs… então, talvez por esse lado seja mais fácil participar, ainda que o tempo de dedicação seja gigante.
Grandes competições de gastronomia não eram muito conhecidas pelo público. Isso tem mudado? Aqui no Brasil nós ainda não temos muito esse espírito de atletas cozinheiros. Temos o Senac/Senai, que leva o Brasil para a worldskills, que podemos comparar um pouco com o Bocuse d’Or, mas são estudantes de diversos setores, floristas, cabeleireiros, mecânicos, cozinheiros… . Temos muitos reality shows na cozinha, que são competições diferentes, já que os candidatos não treinam, descobrem o tema ali na hora, se eles têm mais afinidade com o produto ou o tema eles acabam indo melhor na prova do que outros, é um pouco de sorte do dia. Já o Bocuse d’Or, é uma competição de performance, são 2 anos dedicados ao estudo, evolução e treinamento. Gosto de comparar um pouco com a Fórmula 1 e o Fashion Week, por ser uma competição onde criam-se muitas tendências.
Acha que a popularização desses eventos é positiva? De que maneira? Acredito que falando de uma competição internacional o que queremos, além de representar a cultura brasileira, é fomentar o turismo gastronômico no Brasil. Neste sentido, este tipo de evento traz bastante visibilidade. Sabemos o quão importante o turismo é para o país e temos o Peru, por exemplo, que conseguiu se destacar muito bem nesse cenário, com incentivo governamental e patrocínios que contribuem muito.
- gastronomia
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