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Trump: Apertem os cintos | Mundialista

por admin
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Donald Trump  (Win McNamee/Getty Images)

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O que você faria se fosse Donald Trump e estivesse tomando posse? Não é preciso um grande esforço de imaginação para ver o quadro geral. Trump estava acabado, fichado, espezinhado, desmoralizado, multiplamente processado, fadado talvez a ser o primeiro ex-presidente a curtir uma pena de prisão. É possível que não tenha uma sede de vingança? Personalidades muito mais equilibradas teriam — e um exemplo notório pode ser visto bem próximo de nós. Trump recebe uma economia arrumada, com crescimento de 2,8% no ano passado, desemprego a 4% e inflação controlada, o que cria um desafio raro: melhorar o que já está bom. E rápido, para cumprir a promessa de preços mais amistosos, principalmente nos produtos alimentícios. Não existem milagres para fazer a picanha ou aqueles gigantescos cortes chamados tomahawk (mistura de costela com ancho) custarem menos, mas ele vai ter de mostrar serviço.

Se demorar em ter resultados com os incentivos à produção, há o risco contrário: as tarifas prometidas sobre as importações, mesmo de países siameses como o Canadá e o México, podem pressionar o mercado. Como ele vai fazer o duplo twist carpado de, simultaneamente, forçar os preços para baixo e impor taxas pelo “privilégio de ter acesso ao melhor mercado do mundo”? E como se chamaria esse sistema, “capitalismo dirigido”? Acompanhar a performance econômica nessas condições singulares poderá ser um espetáculo ainda mais emocionante do que o show ultralibertário de Javier Milei — inclusive porque, se o presidente argentino se der mal, será apenas um capítulo a mais de uma longa história de fracassos. Contudo, um abalo na maior economia mundial, com PIB de 30 trilhões de dólares, provoca terremotos planetários.

“Ele se mostrará superior, acima daqueles tão humanos sentimentos de vingança?”

Trump tem mais capital político do que no primeiro mandato, mas está longe de nadar de braçada. Tem um índice de aprovação de 47,3%, ante 47,6% de opiniões negativas. Montou um governo menos disfuncional do que em 2017, quando assumiu de supetão, com muitos ministros pouco comprometidos ou mais interessados em cultivar amigos na imprensa por meio de vazamentos constantes. O núcleo duro do governo — política externa, com Marco Rubio; e gestão econômica, com Scott Bessent — inspira confiança. A chefe da disciplina é respeitada. Susie Wiles, codiretora da vitoriosa campanha eleitoral, sabe como lidar com vazadores ou agitadores contratados por sua capacidade de botar fogo no parquinho, como Pete Hegseth, o tatuado apresentador da Fox que tem muitos generais woke em sua lista negra, nomeado secretário da Defesa, e Tulsi Gabbard, a coordenadora de todos os serviços de inteligência com um histórico de excessivas simpatias por Vladimir Putin.

É com nomes assim que Trump vai chacoalhar o status quo, especialmente nas esferas mais difíceis de mexer: estamentos policiais, militares e judiciários. E levando cravada na carne a máxima de Maquiavel: “É preciso tratar bem os homens ou então aniquilá-los, pois podem vingar-se das injúrias leves, não das graves; de modo que a ofensa que se faz aos homens deve ser de tal ordem que não se tema a vingança”. Trump, é claro, não foi suficientemente aniquilado. Vai faltar pipoca ou tomahawk na churrasqueira? Ou ele se mostrará magnânimo e superior, acima daqueles tão demasiadamente humanos sentimentos de revanche?

Publicado em VEJA de 17 de janeiro de 2025, edição nº 2927

  • Donald Trump

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