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O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que está disposto a sair do Mercosul caso necessário para firmar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. O argentino ponderou, no entanto, que espera não ter que se afastar do bloco sul-americano para poder fechar negócio com os EUA. Milei foi questionado sobre o assunto pelo jornal americano Bloomberg, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na quarta-feira, 22. “Há mecanismos que podem ser usados até mesmo dentro do Mercosul (para a Argentina firmar acordo com os EUA), então achamos que isso pode ser feito sem necessariamente ter que sair”, disse.
Milei foi um dos chefes de Estado que marcou presença na posse do presidente americano, Donald Trump, na segunda-feira, 20. O argentino diz que, durante a visita a Washington, conversou com o líder americano sobre o acordo comercial entre seus países, pelo qual pretende “trabalhar muito duro”. A tentativa de se aproximar comercialmente dos EUA foi anunciada por Milei em dezembro do ano passado, pouco depois da vitória de Donald Trump nas eleições americanas.
O Mercosul prevê que os membros do bloco não podem realizar negociações bilaterais sem o consentimento dos demais países, o que traz um desafio para a tarefa de Milei. O ultraliberal é altamente crítico do bloco, defendendo uma maior abertura da região ao livre comércio. Atualmente, o Mercosul é formado pelas duas maiores economias sul-americanas, Brasil e Argentina, além de Uruguai e Paraguai. O presidente do Paraguai, Santiago Peña, declarou em entrevista recente que se opõe a um acordo bilateral entre Argentina e Estados Unidos.
Apesar do bloco estar dificultando a ambição de Milei, deixá-lo não seria uma tarefa simples. A forte relação comercial da Argentina com o Brasil, seu principal parceiro comercial, seria uma dificuldade. Além disso, o processo de saída em si envolve uma série de burocracias internas, podendo levar até dois anos para a conclusão.
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