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Um rio e uma pequena península coberta de vegetação separam Camburi da vizinha Camburizinho, uma belíssima dupla de praias no Litoral Norte de São Paulo, a cerca de 160 km da capital paulista.
Ali, os pés afundam na areia clara e há uma leve inclinação antes de chegar ao mar. São “praias de tombo”, o que significa que é preciso ter cuidado com os buracos que fazem a profundidade da água mudar bruscamente. Além disso, trata-se de um pico de surfe, graças às ondas constantes. Mas os banhistas aproveitam — e muito — permanecendo mais perto da parte rasa, crianças incluídas.
Listadas as semelhanças entre as praias, vamos às diferenças. Como o nome já sugere, Camburizinho é menor e, por isso, sua faixa de areia costuma ficar mais cheia. Já em Camburí, a sensação é de que, mesmo na alta temporada de verão, os guarda-sóis ficam mais espalhados, simplesmente porque há mais espaço. Ali, a inclinação para chegar ao mar é um pouco menos acentuada, o que favorece as caminhadas e o frescobol à beira d’água.
Para ir de uma praia a outra, há quem atravesse pelo rio: a água não passa da cintura e o trajeto é curto. Porém, é preciso estar atento à balneabilidade: o mar de Camburi e Camburizinho está quase sempre próprio para banho, mas pode acontecer de o rio não estar, como foi o caso quando estive por lá na primeira quinzena de janeiro. Fique de olho: uma placa fincada na margem alerta sobre a qualidade da água.
Quando o rio está impróprio, a alternativa é pegar uma das ruelas que ligam a praia à via principal, a Alameda António José Marques, e atravessar por uma ponte — um desvio um tanto chatinho, é verdade, que deve levar pouco menos de dez minutos de caminhada. Mas, quando o rio está próprio, é possível inclusive alugar caiaques e stand-up paddles para remar na água doce (as ondas dificultam fazer isso no mar).
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Outra opção de atividade é explorar a península que também separa Camburi de Camburizinho: há uma trilha curta que corta o pedaço de terra, chamado localmente de “ilhote”. O trajeto termina em um amontoado de rochas de onde é possível ver o mar dos dois lados (só não dê bobeira em dias de ondas mais fortes, que quebram no rochedo).
Das praias para dentro, há uma porção de restaurantes e cafés charmosinhos, além de pousadas e hotéis, enfileirados na Alameda António José Marques, facilmente percorrível a pé. Com pegada relax, Camburi e Camburizinho também chamam atenção pela quantidade de estabelecimentos que oferecem sessões de yoga e massagens.
ONDE FICAR EM CAMBURI E CAMBURIZINHO
Em Camburizinho, não há hotéis ou pousadas pé-na-areia. A não ser que você alugue uma das casas que ficam de frente para a areia (vale buscar opções no Airbnb), é sempre preciso atravessar a Alameda Antônio José Marques e percorrer uma das quatro entradas que dão acesso à praia.
A chave para não andar muito é, portanto, eleger uma pousada na via principal. O meu achado foi a Pousada Zama (nota 8,7/10 no Booking): recém-reformada, ela tem bom custo-benefício, um café da manhã simples e gostoso, uma piscina convidativa e ainda tem parceria com uma barraca próxima para oferecer cadeiras e guarda-sóis na praia sem custos adicionais.
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Outra hospedagem na faixa econômica inclui o Laika Hostel (nota 9/10), badalado e com opção de quartos privativos para além dos coletivos.
Com uma enorme piscina no centro da propriedade, a Villa Bebek (nota 8,8) compensa a localização mais afastada com serviço de praia e um tuktuk que leva os hóspedes até a areia.
Já em Camburí, há boas opções pé-na areia. Ótimo para quem viaja com crianças, o Beach Hotel Cambury (nota 8,4/10) tem playground molhado, piscina coberta e quartos espaçosos que acomodam a família toda.
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Mais luxuoso e convidativo aos casais é o Hotel Spa Nau Royal (nota 8,5/10), exclusivo para adultos. O café da manhã é servido na mesa em um deck com vista para o mar e há um spa com assinatura L’Occitane en Provence.
O pet-friendly Flat Pitanga (nota 9,3/10) não é exatamente um hotel: trata-se de um conjunto de acomodações com jeitinho de casa de praia, todas munidas de pequenas cozinhas que permitem preparos simples. Nas unidades maiores, há banheira de hidromassagem ou varanda. Os hóspedes compartilham uma área comum, com piscina e espreguiçadeiras, que dá acesso direto à praia.
A uma curta distância da praia, tanto a Pousada Camburi (nota 9,7/10) quanto a Pousada Canto do Camburi (nota 9,1/10) oferecem serviço de praia e recebem elogios pelo café da manhã.
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ONDE COMER EM CAMBURI E CAMBURIZINHO
Não há monotonia em almoçar e jantar todos os dias em Camburi e Camburizinho, com opções enfileiradas na via principal, a Alameda Antônio José Marques. Se por um lado os preços por vezes são inflacionados, por outro chama atenção o excelente serviço: durante minha estadia de quatro dias por lá, absolutamente todos me atenderam com muita simpatia e gentileza.
Ficar no mar dá uma fome danada e, pelo menos para mim, não tem nada melhor do que devorar um PF de peixe na hora do almoço. Um dos melhores do pedaço é o do Cheiro Verde, em uma das ruelas que levam à praia de Camburi. O restaurante, que já foi reduto de surfistas, hoje tem preços mais elevados: saiu por R$ 100 o trivial com peixe empanado, arroz, feijão, farofa e salada para duas pessoas (mas que serviria três, a depender da fome).
Uma alternativa econômica, verdadeiro achado, é o buffet por quilo do Restaurante do Cris, com comida caseira muito boa.
No final da tarde, quando começava a cair aquela chuva de verão, virou ritual me refugiar na maravilhosa Ceres Brigadeiros. Da janelinha cor-de-rosa já dá para sentir o cheiro dos brigadeiros (meu favorito foi o de chocolate 80%), especialidade da casa. Mas há também bolos e tortas de encher os olhos e um ótimo café expresso.
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Outra boa pedida é o Barbarelas Café, cujo menu mais extenso também inclui coxinha, pão de queijo e pães na chapa (abre no café da manhã). Dica: junto a ele há uma pequena livraria.
Vale reservar uma noite para jantar no Candeeiro, que assa em forno a lenha deliciosas pizzas de massa fininha em formato quadrado. Também saem de forno a lenha as esfirras de sabores variados da Esfiha da Praia, com poucas mesas.
As opções continuam com a parilla do NO.SAL, os ceviches da Los Hermanos (só abre de sexta-feira a domingo) e os wraps e saladas do Pomona.
Para hambúrgueres, há duas boas opções. O Pitombas é disputado porque fica bem debaixo do Laika Hostel (já mencionado em ‘Onde ficar’): vale chegar cedo para garantir um lugar. Experimente a porção de nuggets. Já o Mada Pasta e Burguer está dentro de um centrinho comercial ao ar livre chamado Shopping 2 Amores, ainda mais agradável quando recebe DJ ou apresentação de música ao vivo.
Para a sobremesa, uma boa opção está logo em frente: na calçada oposta ao shopping, fica estacionado o carrinho do Churros Cambury.
E claro que, na praia, não pode faltar sorvete. Há uma unidade do Rochinha, tradicional do Litoral Norte, e uma do Frutos do Goiás, com sabores como cupuaçu (amo) e bacuri.
Quem prefere encerrar a noite com uma cerveja tem à disposição a Sevá, dentro do Shopping 2 Amores, e a Soul Hops, com cadeiras de praia espalhadas na calçada. Ambos servem brejas artesanais.
Mesas estreladasAfastando-se do mar e adentrando a serra, chega-se à região conhecida como Sertão de Camburí, coberta pela Mata Atlântica. Ali está o mais interessante restaurante de todo município de São Sebastião, o Taioba Gastronomia, comandado pelo chef Eudes Assis, com passagem em grandes e escolas e restaurantes do Brasil e do mundo. Em salão despretensioso, ele serve pratos de culinária caiçara. O PF de peixe empanado, arroz de taioba, banana assada e pirão de peixe sai por R$ 74. Outro restaurante ilustre da região é o Manacá, em Camburizinho. Uma passarela de madeira conduz ao salão, montado sobre palafitas e rodeado por muito verde. O cardápio leva assinatura de Edinho Engel, mesmo do restaurante Amado, de Salvador. O menu foca em frutos do mar, como as lulas à dorê (R$ 128) e o polvo à provençal (R$ 242). |
OUTRAS ATRAÇÕES E ESTICADAS
Em meio à vegetação de Mata Atlântica do Sertão de Camburi esconde-se a Cachoeira do Sertão do Cacau, que é formada pelo Rio das Pedras e despenca a 12 metros de altura. Para chegar, é preciso percorrer uma trilha de cerca de 40 minutos que passa por árvores exuberantes, com destaque para uma grande figueira, e mais outras duas quedas d’água.
Vale ainda esticar para às vizinhas Praia da Baleia e Boiçucanga, com faixa de areia mais extensa e batida. Dessa última saem passeios de barco que visitam ilhas próximas e cercadas por águas cristalinas: Montão do Trigo, Ilha dos Gatos, Ilha das Couves e As Ilhas (assim chamada porque, à distância, parece ser três ilhas separadas). Entre as agências que fazem o tour estão a Ilha do Gato Trips e a Alma Surf Tour.
Também estão próximas as praias de Juquehy (veja um guia completo) e Barra do Sahy (veja um guia completo).
COMO CHEGAR EM CAMBURI E CAMBURIZINHO
Camburi está localizada no município de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, entre a Praia da Baleia e Boiçucanga.
Em condições normais de tráfego, o tempo de viagem a partir do centro de São Paulo é de aproximadamente duas horas e quarenta minutos.
No entanto, durante a alta temporada de verão, o trajeto pode levar significativamente mais tempo. O trecho após a Praia de Boraceia, caracterizado por várias lombadas e com limites de velocidade de até 40 km/h em determinados pontos, costuma ser especialmente congestionado.
A única recomendação efetiva é acompanhar o Waze e tentar atravessar a serra em horários alternativos, uma estratégia já bem conhecida.
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