Como calcular o tempo ideal de conexão entre os voos

Calcular o tempo de conexão entre voos pode ser um dos grandes desafios para os viajantes, mesmo os mais experientes. Afinal, os aspectos a considerar não dependem apenas da própria pessoa: atrasos, problemas no aeroporto e filas para vencer as burocracias diversas incluem um elemento de incerteza que pode variar de acordo com a rota, a companhia aérea e o país.

Mesmo quem não gosta de grandes esperas sabe que precisa planejar a viagem com alguma folga de conexão para não correr o risco de perder o voo seguinte. Mas… quanto tempo é o ideal? Confira a seguir alguns pontos a levar em consideração na hora de comprar os bilhetes para a sua próxima viagem.

Não confunda conexão e escala

Em primeiro lugar, é importante ter os conceitos bem claros. Seu voo faz uma conexão quando você tem que trocar de avião (às vezes, até de aeroporto) no meio da viagem, em alguma das paradas intermediárias entre sua origem e destino.

É diferente da escala, quando você para em outro aeroporto pelo caminho, mas não troca de aeronave para seguir viagem.

Qual o tempo mínimo para a conexão?

Não existe uma resposta que sirva para todos os casos. Muita gente gosta de passar o menor tempo possível esperando o voo seguinte, mas é fundamental ter uma margem de segurança – atrasos acontecem e, mesmo quando seu avião chega na hora, é preciso considerar trâmites burocráticos e deslocamentos.

O recomendado é evitar conexões com intervalo inferior a 2 horas entre um voo e outro, mas o tempo específico além disso varia. Alguns fatores a se considerar na hora de tomar essa decisão incluem:

1. Se a viagem é nacional ou internacional: trajetos para (ou vindos de) fora do país envolvem mais burocracia. Ao desembarcar em um país diferente da origem, pode ser preciso passar pela imigração e por fiscalizações aduaneiras que não são exigidas em viagens domésticas. Uma conexão em viagem internacional sempre deve ter uma margem maior entre um voo e outro do que um embarque doméstico, considerando esse tempo extra que você vai passar em filas, recuperando bagagens na esteira e passando por guichês de imigração, por exemplo. Em suma, considere pelo menos 3 horas, mas o ideal é que sejam 4 horas entre um voo e outro.

2. Precisa mudar de aeroporto? Esse ponto exige atenção já na compra das passagens. Muitos sites, na hora de oferecer alternativas mais baratas, apresentam voos com conexão na mesma cidade, mas em aeroportos diferentes. Evite essa modalidade em destinos que você não conhece. Caso seja inevitável investir nesse tipo de passagem, pesquise antes da viagem a distância entre os aeroportos e o tempo de deslocamento considerando o pior cenário possível, em horários mais movimentados – leve em conta esse intervalo e adicione pelo menos 2 horas a mais na hora de calcular o tempo de conexão “seguro”.

3. Tamanho do aeroporto: mesmo sem trocar de aeroporto, a distância entre os terminais pode exigir vários minutos caminhando de um lado a outro. Alguns destinos são bem movimentados e se estendem literalmente por quilômetros de corredores e esteiras ou mesmo a necessidade de pegar trem do próprio aeroporto para mudar de terminal. Confira no seu bilhete onde o primeiro voo chega e de onde o seguinte parte para ter uma ideia mais clara do tempo necessário para se deslocar. Cheque o site do aeroporto, que no melhor dos casos costuma mencionar o tempo de deslocamento entre os terminais.

4. Bagagem a despachar: verifique se as suas malas são despachadas até o destino final já na origem ou se é preciso recuperá-las no aeroporto de conexão. Caso seja preciso retirá-las na esteira e despachar novamente para seguir viagem, considere a necessidade de um tempo mais longo entre os voos, já prevendo a espera pelas malas e uma nova fila no balcão da companhia.

5. Se a rota costuma ter atrasos: vale checar previamente se a sua rota ou companhia aérea atrasam com frequência para o trecho do seu primeiro voo. Quanto mais tempo perdido nessa parte da viagem, menor o intervalo que você terá para pegar a conexão. Para trechos no Brasil, a Anac disponibiliza um formulário para consulta do histórico de voos, com atrasos e cancelamentos por operadora, origem e destino, com dados compilados desde o ano 2000.

6. Não compre passagens desvinculadas: na hora de comprar uma passagem para a Inglaterra você percebeu que seria mais barato comprar o trecho até Lisboa e depois seguir viagem com uma low-cost até Londres. Evite a todo custo esse tipo de manobra! O atraso no primeiro voo fará com que você perca o segundo e o resultado será a necessidade de comprar uma passagem na hora por algum valor exorbitante. Em suma, a sua reserva deve possuir o mesmo localizador para todos os trechos.

Quero aproveitar a conexão para conhecer a cidade. Posso?

Depende. Essa alternativa só vale para conexões muito longas, já que você precisa considerar a distância do aeroporto até as partes interessantes da cidade (individualmente para a ida e para a volta) e, além disso, se haverá tempo hábil para aproveitar alguma coisa nesse lugar. Calcule uma grande margem de segurança – veja o tempo de deslocamento entre o aeroporto e a cidade e some pelo menos 1 hora a mais na conta para cada trecho, além do tempo que pretende passar na cidade em si. Na maioria dos casos pode não valer a pena porque pode se houver algum atraso ou trânsito, a ansiedade vai bater na porta.

Se a sua ideia é adicionar um destino extra para aproveitar a troca de aviões, pode ser melhor investir em uma passagem com stopover, uma conexão mais longa que geralmente tem um intervalo superior a 24 horas entre o primeiro voo e o seguinte, no caso de viagens internacionais. Lembre-se que, neste caso, pode ser necessário adicionar ao orçamento um lugar para pernoitar, especialmente quando o stopover se estende por mais de um dia.

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