Casa Fashion Arquitetura sem fronteiras: o modernismo brasileiro em diálogo com Le Corbusier

Arquitetura sem fronteiras: o modernismo brasileiro em diálogo com Le Corbusier

por Pedro Buzzatto
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O arquiteto e urbanista franco-suíço Le Corbusier – Foto: Getty Images

Como parte das comemorações do ano doBrasil na França, a plataforma expositiva “ABERTO” chega a Paris em 2025 para sua 4ª edição. A mostra, que acontece entre 12 de maio e 9 de junho, será realizada na Maison La Roche, uma obra-prima modernista e patrimônio mundial da UNESCO. A escolha do local reforça a proposta da exposição: celebrar a conexão entre a arquitetura modernista brasileira e o legado do arquiteto e urbanista franco-suíço Le Corbusier.

A curadoria desta edição reúne Filipe Assis, Lauro Cavalcanti, Claudia Moreira Salles e Kiki Mazzucchelli, destacando a influência de Le Corbusier na arquitetura brasileira. Sua colaboração no projeto do Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, ao lado de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, introduziu os princípios modernistas em larga escala no país. Além disso, sua participação em projetos como a Maison du Brésil, em Paris, e na concepção da sede da ONU, junto com Niemeyer, consolidou essa troca cultural. Sua visão urbanística também influenciou o planejamento de Brasília, deixando uma marca duradoura na arquitetura nacional.

Nascido Charles-Édouard Jeanneret-Gris em 6 de outubro de 1887, em La Chaux-de-Fonds, Suíça, Le Corbusier foi um dos mais influentes arquitetos do século XX. Naturalizado francês, tornou-se um dos principais nomes do modernismo, promovendo uma arquitetura funcional, racionalista e integrada ao espaço urbano. Desde jovem, demonstrou talento artístico e, aos 13 anos, ingressou na Escola de Arte de sua cidade natal. Aos 15, recebeu um prêmio da Escola de Artes Decorativas de Turim pelo desenho de um relógio e, em 1906, projetou sua primeira casa para um fabricante de relógios. Buscando expandir seus conhecimentos, viajou pela Europa e trabalhou com grandes arquitetos, como Auguste Perret, pioneiro do concreto armado, e Peter Behrens, referência na arquitetura industrial.

Plano urbanístico do Rio de Janeiro desenhado por Le Corbusier, que integra o livro ‘Lucio Costa Le Corbusier: Correspondência’ – Divulgação

Em 1917, mudou-se para Paris e, ao lado do pintor Amédée Ozenfant, fundou a revista L’Esprit Nouveau. Nesse período, adotou o pseudônimo Le Corbusier e estabeleceu os cinco pontos fundamentais da nova arquitetura: pilotis, que elevavam as edificações sobre pilares e liberavam o térreo para circulação; terraço-jardim, transformando os telhados em áreas verdes e utilizáveis; planta livre, permitindo maior flexibilidade na organização dos espaços internos; fachada livre, desvinculada da estrutura da construção; e janelas em fita, garantindo iluminação e ventilação contínuas. Esses princípios redefiniram a arquitetura moderna ao valorizar funcionalidade, simplicidade estética e integração entre construção e ambiente.

O arquiteto e urbanista franco-suíço Le Corbusier – Foto: Getty Images

Entre suas obras mais icônicas, a Villa Savoye (1928-1931), em Poissy, França, tornou-se um símbolo do modernismo ao exemplificar esses cinco pontos arquitetônicos. Já a Unité d’Habitation (1947-1952), em Marselha, introduziu um conceito inovador de habitação coletiva, combinando apartamentos com espaços de convivência e serviços. Na Capela de Notre-Dame-du-Haut (1950-1955), em Ronchamp, sua abordagem rompeu com a rigidez geométrica tradicional ao explorar formas esculturais e um jogo dinâmico de luz e sombra.

No Brasil, sua influência foi determinante para a consolidação do modernismo arquitetônico. A colaboração com Lucio Costa e Oscar Niemeyer no projeto do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, trouxe uma nova abordagem ao desenho de edifícios públicos. Além disso, sua parceria com Niemeyer na sede da ONU e a concepção da Maison du Brésil, em Paris, reforçaram seu papel na difusão da arquitetura brasileira no exterior. Seus conceitos urbanísticos também foram fundamentais para o planejamento de Brasília, ajudando a estruturar a lógica espacial da nova capital.

Le Corbusier não se limitou à arquitetura. Foi também um prolífico pintor, escritor e teórico, explorando diversas formas de expressão artística. Suas ideias influenciaram gerações de arquitetos e seguem moldando o pensamento urbanístico contemporâneo. Faleceu em 27 de agosto de 1965, em Cap Martin, França, deixando um legado que transcende seu tempo e continua a inspirar a arquitetura global.

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