Naomi Campbell – Foto: Divulgação
Naomi Campbell transcende gerações. Mais do que um ícone da moda, ela é uma força que moldou a indústria com sua presença marcante e compromisso com a representatividade. Décadas após seu primeiro desfile, continua a desafiar padrões, inspirar novas vozes e expandir seu impacto para além das passarelas.
Nesta entrevista, Naomi compartilha sua visão sobre estilo, memória afetiva e liberdade criativa. Fala sobre sua relação com a Burberry, suas lembranças de verão no Quênia e o poder da música como forma de expressão. Além disso, reflete sobre a influência de Nelson Mandela em sua trajetória e o significado de usar sua voz para transformar o mundo.
Acompanhe a conversa com uma das maiores lendas da moda!
Haper’s Bazaar Brasil – O que o verão significa para você e como costuma passar essa temporada com sua família e amigos?
Naomi Campbell – O verão é meu momento de relaxar com a família e amigos. Seja em uma villa tranquila nas Maldivas ou explorando mercados em Marrakech, trata-se de criar memórias.
Haper’s Bazaar Brasil – O que é essencial no seu guarda-roupa para essa época?
NC – Meu guarda-roupa é simples, mas clássico, sempre com acessórios como óculos de sol grandes e chapéus. O que torna essa estação especial são os momentos de conexão e descanso.
HBB – O que você gosta de ouvir durante os dias de verão?
NC – As pessoas ficariam surpresas com a diversidade da minha playlist de verão – ainda mais ao saberem que estou aprendendo a ser DJ! Tanto minha playlist quanto meus sets são de alta energia.
HBB – Que tipo de música você gosta de tocar?
NC – Podem ir de Burna Boy a Led Zeppelin. Quero que cada faixa faça as pessoas se moverem.
HBB – Como você escolhe campanhas para o seu portfólio atualmente? O que atrai você para uma campanha, especialmente uma como It’s Always Burberry Weather: London in Love?
NC – Nesta fase da minha carreira, escolho campanhas que me empolgam criativamente. “It’s Always Burberry Weather: London in Love” capturou o espírito clássico das comédias românticas britânicas – romântico, espirituoso e acolhedor. A cada sessão de fotos ou desfile, sou uma tela em branco e, mesmo depois de décadas à frente das câmeras, ainda me fascina ver como as equipes criativas transformam sua visão em realidade.
HBB – Qual é a peça da Burberry que mais tem valor para você e por que ela é tão especial? Como você a usou ao longo dos anos?
NC – A peça da Burberry que mais prezo é o trench coat da minha primeira campanha. Cada detalhe era perfeito – o corte, o peso do tecido, aquele forro com o xadrez inconfundível. Usei com tudo, de vestidos de noite a jeans. Ele é atemporal.
Naomi Campbell é uma das estrelas da campanha “It’s Always Burberry Weather: London in Lov”, da Burberry – Foto: Divulgação
HBB – Você tem lembranças especiais de verão no Quênia? O que torna esse lugar e esses momentos tão significativos para você?
NC – Minhas memórias mais queridas de verão são no Quênia – os impressionantes pores do sol no Maasai Mara, os dias tranquilos no meu refúgio em Malindi. Nada se compara à beleza natural da África e ao calor das pessoas. O tempo que passei lá me ancorou completamente. Foi quando me senti mais conectada – comigo mesma, com o mundo, com tudo.
Naomi e Richard E. Grant no backstage da campanha “It’s Always Burberry Weather: London in Lov”, da Burberry – Foto: Divulgação
HBB – Há algum conselho memorável que você recebeu ao longo da carreira?
NC – Um dos conselhos mais marcantes que recebi veio de Nelson Mandela. Suas palavras mudaram tudo para mim.
HBB: E quais foram?
NC – “Use sua voz”. Simples, mas profundo. Isso me ensinou que minha plataforma não é só sobre moda – é sobre criar mudanças e levantar os outros. E sempre com honestidade.
HBB – Quando você está na passarela ou em uma sessão de fotos, como se conecta com o momento e a visão do designer?
NC – Tudo se resume ao presente. Me concentro no ritmo, sinto a música e dou vida à visão do designer. Naquele momento, nada mais existe.
HBB – Além do trabalho e da família, o que mais sente falta quando está longe da Inglaterra?
Além da minha família, quando estou longe da Inglaterra, sinto falta das caminhadas matinais no parque, do ar fresco e de uma boa xícara de chá. E daquele “humor britânico seco” – você simplesmente não encontra isso em nenhum outro lugar.