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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a autonomia da Vale para perseguir interesses privados alheios à vontade do Estado brasileiro. O presidente da República disse que a eleição de Gustavo Pimenta para o comando da mineradora “é uma oportunidade extraordinária” para restabelecer um alinhamento entre “os interesses da Vale” e “os interesses do Estado brasileiro”. Ao lado de Pimenta, Lula participou de um evento no qual a empresa divulgou um investimento de 70 bilhões de reais em sua operação em Carajás, no estado do Pará, nesta sexta-feira, 14. O plano de investimento foi apelidado de “Novo Carajás” e, segundo a Vale, deve elevar a produção de minério de ferro no local para 200 milhões de toneladas por ano até 2030. Também estavam presentes no anúncio diversos ministros do governo federal, sendo que o único que também discursou foi Alexandre Silveira, de Minas e Energia, além do governador do Pará, Helder Barbalho.
Lula lembrou que a mineradora não é mais uma empresa estatal, mas uma “corporation” de capital aberto, o que pode ser fonte de problemas, na visão do petista: “Cachorro com muito dono morre de fome, porque todo mundo acha que colocou comida, mas não colocou”. O ministro de Minas e Energia também criticou a desvinculação entre os interesses da Vale e do país como um todo. “Ninguém pode ser dono das riquezas do subsolo brasileiro”, afirmou Silveira. “As concessões de direitos minerais não podem e não devem atender somente ao interesse das companhias”. O ministro argumentou que a Vale se distanciou dos interesses da sociedade brasileira nos últimos anos, mas diz ver sinais de mudança com a gestão de Pimenta, para a qual faz um “voto de confiança e fé”. Na mesma linha, Lula falou em um “fio desencapado” e um “clima desagradável” entre a Vale e o governo, que seria reparado com a mudança de gestão. “Com a minha volta ao governo e com a sua (Gustavo Pimenta) entrada na Vale, tenho certeza que a gente vai encapar esse fio e não vai ter mais ruído daqui pra frente”.
Gustavo Pimenta substituiu Eduardo Bartolomeo na presidência da Vale no ano passado, após um conturbado processo de sucessão que incluiu a tentativa frustrada do governo federal de emplacar o nome do ex-ministro Guido Mantega no posto. Em clima de conciliação, o novo chefe da Vale celebrou a proximidade entre a empresa e o governo durante o encontro em Carajás. O executivo lembrou que a Presidência da República não visitava instalações da empresa há 13 anos. “A última vez foi em 2012, quando a presidenta Dilma inaugurou obras de modernização da nossa ferrovia da Vale lá em Minas Gerais”, disse. O presidente da mineradora reforçou que a empresa não contribui somente para o desenvolvimento econômico da região, mas para a promoção da sustentabilidade, da cultura e do desenvolvimento social.
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