O certo e o errado na administração do uso do celular pelos filhos

Uma cena muito comum: um casal em um restaurante, com o filho, ainda no carrinho, mas já com o celular nas mãos. O aparelho virou, sim, uma espécie de babá, que tranquiliza, quase abduz a criança do ambiente. Para os pais, uma solução prática e momentânea, mas infelizmente com consequências futuras. A exposição de uma criança a qualquer tipo de tela antes dos dois anos é um atraso no desenvolvimento infantil. Nessa idade, 50 minutos por dia no celular, significa deixar de ouvir 850 mil palavras em dois anos.

Depois desta idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o uso deve ser regulado. A entidade tem uma tabela com a recomendação de horas máximas por dia de acordo com a faixa etária. Além de medir o tempo de uso, os educadores reforçam a necessidade de ficar de olho no conteúdo acessado. “Os pais precisam saber quais os ambientes que os filhos navegam e ensinar o uso da rede com propósito”, diz Cláudia Tricate, diretora do Colégio Magno/Mágico de Oz. A ideia é ensinar porque o uso do celular não pode ser desenfreado. “Os pais precisam dar limites e saber justifica-los”.

Movimento criado por pais para expandir ações coletivas de redução do uso do celular, o Descontecta, sugere que o acesso às redes sociais seja permitido apenas depois dos 16 anos. “O vício é provocado por um algoritmo altamente sofisticado”, diz Camila Bruzzi, do Desconecta. “Mesmo que haja controle de tempo e conteúdo, o risco de mau uso é imenso.” O movimento tenta esclarecer que o celular dá uma falsa ideia de segurança.

Cabe também aos pais também fazer uma autocrítica do uso que fazem do celular. Muitos dão o mau exemplo. Especialistas ouvidos pela Veja apontam alguns erros que os pais costumam cometer na educação digital dos filhos, principalmente no que se refere ao celular. Abaixo atitudes que devem ser evitadas: 

1. Dar o celular nas mãos de uma criança na hora da refeição,

2. Colocar TV e computador no quarto delas,

3. Usar o celular horas a fio, inclusive durante as refeições, vira um mau exemplo que é copiado pelos filhos,

4. Dar mais atenção ao celular do que aos filhos,

5. Promover poucas atividades conjuntas, que tenham interação familiar,

6. Deixar de dar limites. O “não” é necessário, pois prepara a criança a lidar com o mundo,

7. Permitir acesso às redes sociais antes dos 16 anos.

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