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Uma mulher que sobreviveu ao ataque do grupo terrorista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023 representará Israel no Eurovision 2025, competição de canções organizada pela União Europeia de Radiofusão. Ela estará em maio em Basileia, na Suíça, mais de dois anos após viver momentos de caos e medo no festival Universo Paralello, que ocorria num deserto do sul israelense quando o país foi invadido.
Yuval Raphael, de 24 anos, foi escolhida para participar da famosa competição musical após vencer o programa de TV israelense “Rising Star” na última quarta-feira 22. A cantora, natural de Ra’anana, cidade na região central de Israel, conquistou a maior pontuação tanto dos jurados quanto do público na final transmitida pelo canal israelense Keshet 12.
Em sua primeira audição para o programa, a versão de Raphael de “Anyone”, canção de Demi Lovato, recebeu 98% dos votos — a maior pontuação de toda a temporada. Desde então, suas versões de “Dancing Queen”, do ABBA, e “Writing’s on the Wall”, de Sam Smith, também chamaram a atenção do público.
O site oficial do Eurovision já apresenta o perfil de Raphael, mencionando que suas influências musicais incluem Led Zeppelin, Beyoncé e Celine Dion.
No ano passado, a participação de Israel na final do Eurovision em Malmö, na Suécia, foi criticada por grupos pró-Palestina. Na ocasião, a representante israelense, Eden Golan, foi vaiada por parte do público, enquanto alguns presentes viraram as costas ou saíram da arena durante sua apresentação.
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Sobrevivente do ataque
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início a uma guerra de 15 meses com Israel, Raphael, que sobreviveu aos terroristas escondendo-se sob uma pilha de cadáveres, tem participado de delegações internacionais para relatar o ocorrido. Em abril do ano passado, ela discursou no Conselho de Direitos Humanos da ONU, descrevendo o que vivenciou naquela noite.
“O terror que se desenrolou quando os terroristas nos atacaram, atirando indiscriminadamente e jogando granadas, é indescritível”, disse ela. “Presa e temendo pela minha vida, testemunhei horrores indescritíveis – amigos e estranhos foram feridos ou mortos bem na frente dos meus olhos. Quando os corpos dos assassinados caíram sobre nós, entendi que me esconder entre eles era a única maneira de sobreviver àquele pesadelo.”
“Depois de oito horas de medo constante, apenas eu e outros 10 fomos salvos de nosso abrigo de 4 metros quadrados, um abrigo que se tornou um túmulo para quase 40 almas que buscavam refúgio conosco. Os ferimentos físicos que sofri estão se curando, mas as cicatrizes mentais ficarão comigo para sempre”, concluiu Raphael.
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